O Programa mostra o seu compromisso com uma formação sólida e qualificada de profissionais com capacidade empreendedora no sentido do desenvolvimento das questões socioculturais, educacionais no que tange o fortalecimento das identidades, das territorialidades, das diversidades socioetnoculturais, com o foco na produção científica e de impacto na geração de produtos técnicos e tecnológicos a partir de projetos relacionados com o processo de interação Universidade-Empresa no setor pesqueiro Amazônico e os desdobramentos sobre a sustentabilidade da atividade e o aproveitamento integral de pescado em uma empresa de processamento; capacitação de manipuladores de pescado no município de Bragança-PA, além de patente por meio da Instituição de Registro: INPI – Instituto Nacional de Propriedade Industrial sobre a conserva do pescado ao molho de tucupi e jambu, coordenado pela Profa. Dra. Marileide Moraes Alves.


 

Ressalta-se também que a maioria dos docentes, discentes, egressos do Programa em parceria com pesquisadores de outras Instituições Nacionais e Internacionais, atuam em projetos interdisciplinares com foco nas áreas de Educação e Direitos Humanos, povos indígenas, práticas e vivencias interculturais, saberes locais da pesca da Amazônia, patrimônio naval pesqueiro da Amazônia, hábitos alimentares e conflitos na Amazônia, saúde e sociobiodiversidade, literatura amazônica, tradução e narratologia e educação, tanto em comunidades tradicionais, instituições públicas, quanto privadas, com destaque para a colaboração com redes públicas de ensino.


 

Há, ainda, um número de docentes que vem se dedicando ao desenvolvimento e análise de materiais didáticos e acervos digitais e possibilidades novas/outras de ensino-aprendizagem. Destacam-se os projetos Saberes e produção de acervos digitais afroindígena e interações interculturais; Saberes da pesca indígena: produção de material didático intercultural nas escolas Tenetehar-Tembé. O Uso de Tecnologias assistivas em comunidades quilombola e pesqueira, coordenado pelo Núcleo de Estudos e Pesquisas Afro-Brasileiros (NEAB/UFPA). Produção de cartilhas com o tema Ecologia Costeiro-Estuarina e os Saberes Pesqueiros Locais da coleção de cartilhas Da Pesca à Escola), entre os grupos de estudos da UFPA/Bragança ESAC, GUEAM e Laboratório LABPEXCA, na Escola Domingos de Sousa Melo, Vila do Bonifácio – Ajuruteua – Bragança (PA).


 

O Projeto de Extensão Cursinho Popular Prof. Dr. Horácio Schneider sob a coordenação pedagógica da Profa. Dra. Silvia Benchimol, com resultados de altos índices de aprovação para universidades locais e nacionais. Desde o ano de 2017 o Projeto de Extensão ABC English, atende uma média de 70 alunos carentes/ano com iniciação em Língua Inglesa e os habilitando a uma vida cidadã com mais oportunidades de inserção. O PROLIN – Projeto de Extensão, também sob a mesma coordenação contribui para que os candidatos aprovados ingressem em Programas de Pós-Graduação em todo o território Nacional por meio da legitimação de sua competência em leitura.


 

Projetos voltados para as populações indígenas, tais como: A produção de material didático intercultural nas escolas Tenetehar-Tembé, coordenado pela professora Roberta Sá Leitão Barboza; O português e as línguas indígenas na Amazônia Oriental, coordenado pela professora Tabita Fernandes da Silva. A execução desses projetos possibilita a produção de livros, capítulos de livros, cartilhas, artigos em revista qualis que são utilizados por pesquisadores e a comunidade em geral.    


 

Outro projeto interdisciplinar de impacto social e cultural é efetivado por meio das linhas de pesquisa Sociobiodiversidade e Saúde na Amazônia e Língua, Cultura e Tradução na Amazônia, com seus respectivos grupos de pesquisa, ambas têm articulado a execução de projetos de pesquisa e extensão nas aldeias indígenas Tembé. Essas experiências em campo possibilitaram maior engajamento de alunos do Programa em Linguagens e Saberes da Amazônia e no desenvolvimento de suas dissertações e  respectivas pesquisas com esse povo, como nas pesquisas dos/das discentes  Jaqueline dos Santos Souza , que pesquisou sobre a língua Tembé com o tema da dissertação  “O processo de retomada da língua Tenetehar (Tembé) nas aldeias do Guamá”,  Renata Larissa do Nascimento Farias, sobre os saberes de mulheres parteiras e caçadores sobre as plantas medicinais, intitulada “A cosmologia de plantas e bichos, os saberes Tembé e a interculturalidade com os órgãos indigenistas” e Uarley Iran  Peixoto da Silva  que se debruçou sobre o acervo do Serviço de Proteção ao Índio e pôde dialogar com os Tembé sobre a noção de natureza, desenvolvendo o seguinte tema de pesquisa: “Afinal de contas, que espécie de proteção é essa?”: Indígenas, natureza e o Serviço de Proteção aos Índios na Amazônia (1940-1950).

As experiências de Pesquisa desses alunos vinculados ao Programa Linguagens e Saberes da Amazônia, somada à experiência com alunos de graduação do Curso de História e Letras, criaram importantes diálogos com as lideranças indígenas e possibilitaram a criação do Curso de Licenciatura Intercultural Indígena, aprovado pelo edital do Parfor-equidade de 2024. A aprovação desse curso significou importante impacto na formação de professores indígenas, que no estado do Pará ainda tem uma defasagem muito grande em relação aos professores indígenas, como mostra o Censo Escolar do INEP de 2022, que registrou 2.068 professores atuantes nas escolas indígenas, mas apenas 350 são professores indígenas e com formação em Licenciatura Intercultural Indígena. Além do mais, como bem apontam as lideranças indígenas, não há formação adequada para os professores indígenas atuarem nas escolas para gestar a escola em perspectiva territorializada. O envolvimento de nossos discentes e professores como docentes do curso tem possibilitado importante impacto na formação de nossos egressos e na vida cultural dos povos indígenas, tanto da etnia Tembé como Amanayé, povos atendidos pelo Parfor-equidade.